Ao longo da minha caminhada como terapeuta, percebi o quanto o medo assume diversas facetas.

A faceta da frustração, da indignação, entre tantas outras que, no fundo, classificamos como dor.

A dor de perder algo ou de não ter algo muitas vezes esconde a frustração e a indignação de não recebermos o que esperávamos. Aquilo que projetamos como ideal para nós, sobre nós e sobre os outros.

Mas será que esse ideal é real?

Nos agarramos às projeções, fugimos do desconhecido e, assim, nos afastamos de quem realmente somos.

Enquanto a ilusão permanece intacta, sentimos uma falsa segurança. Manipulamos os fatos, alimentamos imagens e mantemos um enredo que nos conforta.

E quando alguém nos pergunta: “Você está bem?”—olhamos para esse mundo ilusório e, se ele ainda estiver de pé, respondemos: “Sim, estou bem.”

Mas será que estar bem não deveria estar ligado à paz interior, independente do que acontece ao nosso redor?

Mais cedo ou mais tarde, a ilusão se desfaz. A realidade se impõe, e muitas vezes a rejeitamos. Negamos o que vemos, negamos a nós mesmos e aos outros.

Perdemos o chão.

Sem nossas projeções, nos sentimos vazios.

Nesse turbilhão, esquecemos que há algo além da ilusão: uma consciência que apenas observa, sem ser definida por fracassos ou sucessos, sem ser limitada por metas ou expectativas.

Nós não somos nossos pensamentos.
Nós não somos nossos sentimentos.
Nós não somos o que acontece em nossas vidas.

Somos muito mais.

E talvez seja hora de acordar para essa verdade. De olhar para si mesmo sem julgamentos, sem a necessidade de encaixar tudo em categorias de “certo” ou “errado”.

Sai medo, vem amor.

A abundância e a paz já estão aqui—basta acessar.

E para isso, não há receita pronta, apenas um chamado:

Silencie.
Respire.
Sinta.

No momento em que paramos e simplesmente nos observamos, percebemos que somos o observador—e não aquilo que observamos.

Que possamos nos permitir esse encontro.

Deixo aqui uma meditação para quem deseja dar esse primeiro passo.

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