Por Valdirene Lopes

O filme “A Esposa” nos convida a refletir sobre um tema sensível e presente na vida de muitas pessoas: a dependência e codependência emocional.

Todos nós, em algum momento, já vivemos essas dinâmicas em nossos relacionamentos — com pais, filhos, parceiros(as), amigos(as), colegas de trabalho. Elas muitas vezes garantem nossa sobrevivência emocional, pois permitem não olhar para as próprias sombras.

Escolhemos inconscientemente pessoas “certas” para projetar nossos medos e dores internas. O outro se torna o espelho de tudo aquilo que mais tememos — e, justamente por isso, é mais fácil ver no outro do que em nós mesmos.

É curioso: reclamamos da pessoa, mas agimos como salvadores.

O dependente emocional está imerso nesse padrão e não percebe o que vive. Já o codependente é quem o sustenta, muitas vezes agindo de forma prestativa ou controladora.

O codependente tenta resolver a vida do outro, faz o que o outro não faz, e acredita que está ajudando. Busca terapia, mas foge quando o foco vira para ele mesmo:
“Isso é um absurdo!”, costuma dizer.

Mas o ponto é:
O codependente depende de alguém que dependa dele.

Ele costuma ser habilidoso, eficiente, admirado. Vive ouvindo:
“O que seria dele(a) sem você!”
Mas tudo isso são máscaras que encobrem a própria dor de não saber quem se é sem o outro. Muitas vezes, como no filme, vive nos bastidores, com medo de aparecer, de errar, de fracassar.

O codependente sente raiva, mas a projeta no dependente.
Cobra mudanças que ele mesmo não consegue realizar.
Quer que o outro saia da dependência, mas não reconhece a própria prisão.

Essas dinâmicas não são certo ou errado.
São feridas emocionais que impedem a expressão da totalidade.
São duas metades tentando se completar, sem se integrarem.

Despertar para essas questões é o primeiro passo da cura.
É perceber que o padrão existe e que começou muito antes.
É olhar para os medos, desfazer os nós emocionais, reconhecer as próprias qualidades.

Fazer isso com acolhimento e respeito por si e pelo outro é essencial.

👉 Ao sair do papel do codependente, você também libera o outro de sua dependência.

Algumas perguntas para refletir:

Eu mesma estou em constante trabalho com os meus aspectos de codependência emocional. É um processo contínuo — e libertador. 🙌

Essa é a oportunidade de viver com autenticidade, partilhando relações onde cada um possa ser quem verdadeiramente é.

Você tem características magníficas.
Você veio para brilhar. ✨

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